quarta-feira, 24 de outubro de 2007

A TVI e os elefantes em telhado de zinco quente

A probabilidade de encontrar uma notícia no noticiário da TVI é basicamente a mesma que encontrar uma agulha num palheiro. Ou ver um elefante no espaço - como aqui ao lado, atrás desta pedra. É sempre isto e aquilo e o galo que bateu com a cabeça, entrou em sentido contrário e cantou toda a noite numa aldeia do Ribatejo. Ou o novo namorado do namorado da Elsa Raposo ou da outra que quase se divorciou mas que afinal.
Também têm, verdade seja dita, perspectivas muito particulares sobre coisas importantes, é certo. Como a opinião do Miguel Sousa Tavares sobre fumadores ou sobre o Pinto da Costa, e de que isto é só corruptos para aqui e para ali e nós é que pagamos as favas, mesmo sabendo que não é ele que as paga. E assim o Miguel dá uns ares, apesar daquela voz que as quatro mil substâncias do fumo dos seus cigarros entretanto carbonizaram. E que o fazem produzir um ronco tão grave que dava jeito que lhe distorcessem a voz, tornando-a mais aguda, como fazem sempre que entrevistam uma das testemunhas do processo Casa Pia que ainda não foi ameaçada de retaliações vezes suficientes para se passar rapidamente da acusação para a defesa ou para o Gaiato.
Mas isto vinha apenas a propósito da TVI e das suas notícias. É demais o não-conteúdo e a profundidade rala daqueles fragmentos de reportagem, como diria o já saudoso Raul-na-sequência-deste-pequeno-apontamento-noticioso-Durão. Vou propor, se alguém no conselho de gerência daquela casa quiser ouvir – nunca ninguém quer, não sei porquê – que levem para lá a Fátima Campos Ferreira, depois de uma mudança radical de visual e uma viagem ácida. O conteúdo do cérebro é ideal para a função e ela até já tem aquele ar deslumbrado, susceptível de aumentar se alguém, durante as gravações, lhe meter um dedo num sítio indevido
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2 comentários:

Anónimo disse...

Acho que a TVI já esteve pior na informação. Tenho visto algumas notícias sobre temas que interessam a quem trabalha (ou quer trabalhar ou já trabalhou!)que os outros canais não dão. Se calhar nem sempre por bons motivos, mas porque conquistou mais audiências entre determinado tipo de público (por exemplo esses que trabalham, ainda que não lhes gabemos o gosto) e por isso passa mais notícias que interessam a esse público e, simplificando, não sobre o jet set (SIC) ou sobre o Governo (RTP). E tem bons jornalistas (mas isso as outras também). Neste momento tenho fazer zapping porque, em determinados momentos, venha o diabo e escolha...

Anónimo disse...

Ai o que eu gosto de ler críticas à verborreia do Miguel Sousa Tavares! Que consolo! A única coisa que me encanta no homem é mesmo a defesa dos fumadores...(enquanto acendo um cigarro!)