segunda-feira, 30 de abril de 2007

Micções

Um belo dia, um homem viajava a alta velocidade numa auto-estrada, em pleno deserto. Tão alta era a velocidade que acabou por se estampar. Apresentámos os pêsames à família mas, na verdade, pouco nos importa. Não é essa a história que nos traz aqui. O que nos traz aqui é o que aconteceu quando ele, sentindo-se aflito por causa das suas precisões, parou o carro, para mictar. Ou urinar. Ou mudar a água às azeitonas. Para o caso, tanto faz.
Muitas coisas então aconteceram. Daremos notícia delas em este lugar. O arco do homem que urinava ficou, rigorosamente, a meio.
Desde esse dia, milhares afluem a este local em peregrinação, e muitos (homens) se esforçam por imitar este acto insólito, sem sucesso.



Enquanto isso, em um local de trabalho cuja identidade nos dispensamos de apresentar, queixaram-se os trabalhadores, cujos nomes também não revelaremos, de que não conseguiam concentrar-se, e muito justamente.
A sala contígua à que se encontravam estava a ser demolida. O barulho era insuportável. Um trabalhador perguntou: “ainda gostava de saber o que ali vão fazer”. Outro, que nos salvou o dia, respondeu: “não faço ideia, mas espero que seja uma pastelaria”.

[agradecemos a ideia do post a SR]

Separados à nascença


No ‘separados à nascença’ desta semana temos dois simpáticos conterrâneos, com uma perspectiva muito particular das coisas da vida.

Esta visão panorâmica alargada tem muitas vantagens que suscitam a minha inveja: desde logo no desporto, se se é por exemplo um apreciador do Ténis, fiscal de linha no futebol, ou se, como cidadão do mundo de pleno direito, se quer observar as lindas raparigas que por aí há.

Para a semana, na rubrica ‘descubra as diferenças’…




sexta-feira, 27 de abril de 2007

Mortos ou coisa pior

Uma queridíssima amiga mostrava-se recentemente resignada pelo facto de grande parte dos seus contemporâneos, nascidos quando a República Portuguesa era ainda uma criança, se terem já passado desta para melhor.
Eu tenho com frequência uma sensação parecida. Especificamente, quando mais um amigo me anuncia o seu casamento. É terrível: tantos anos novinhos em folha para gozar, tantas mulheres com tudo o que lhes é necessária e felizmente adstrito e inseparável (ver foto), e esta gente que insiste em torrar não despicienda fatia da herança paterna que tanto jeito daria numa emergência.
E não o fazem timidamente, não senhor: ele é despedidas de solteiro, copos de água com largo festim de carne tenra e especiarias, bodas na igreja para abençoar os casamentos menos católicos e inglês ver, luas-de-mel nos destinos exóticos a que ainda há um par de anos torciam o nariz, por não estarem dentro das suas possibilidades como destino de férias…
E no final? Bom, conhecem decerto a anedota que fala das semelhanças (verídicas!) entre a ex-mulher e o furacão Katrina: quando chega, vem molhada por baixo; depois vira-nos de cabeça para os pés e, quando finalmente se vai embora, leva-nos a casa e o carro…

[não me digam que, com este ambiente, ainda estão preocupados com os direitos da imagem]

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Metro puritano

Mas que malícia a do Metropolitano de Lisboa, pôr umas máquinas onde nos podemos abastecer livremente de títulos de transporte, o que é uma boa ideia, para logo a seguir usar da pérfida mensagem «toque-me», em vez do consensual «toque no ecrã».
Que me desculpem os administradores do Metro, de que todos conhecemos a utilidade – até lhes tinha gabado os lindos ecrãs em que se transmite uma programação tão interessante que quase nos esquecemos de que o metro chega com intervalos cada vez mais longos.
Não se pode estranhar então ver respeitável senhor ou senhora tocando (apalpando, batendo…) em todas as partes, baixas e outras, da (in)feliz máquina, como vi este fim-de-semana um cavalheiro, que se enervou com tal impudor e desatou a bater, sem mais nem menos.
Sugerimos ao Metro que repense esta questão. Se não o fizer, quem sabe onde isto irá parar? De repente, ocorreu-me pensar em máquinas que dizem: “mi tóca vai” ou “quirido, mi liga no cêlulár”.

[direitos da imagem reservados aos utentes do Metro com o passe em dia]

Notícias e factos do mês de Abril

«Um teste de segurança ao navio Ilha Azul, promovido ontem nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, resultou na queda de um barco salva-vidas à água, com seis pessoas a bordo. Cinco tripulantes foram transportados ao Centro Hospitalar do Alto Minho.»

Esperamos que quando houver um acidente a sério, v.g., naufrágio, incêndio, explosão, etc., a coisa corra melhor.



«Carmona 'foge' na inauguração do túnel»


Decerto devido aos problemas de segurança...





«Governo quer denúncias de corrupção na função pública»





Não me agrada mesmo nada. Se correr bem, haverá menos corruptos, mas muito mais bufos.







«Ségolène e Bayrou têm encontro marcado para a semana»


Políticas à parte, muito bom gosto tem Ms. François Bayrou, sim senhor…







[Fonte das notícias a negrito: Diário de Notícias - não podemos resistir: os títulos lembram o saudoso Jornal do Incrível]





terça-feira, 24 de abril de 2007

Festival Independente

(Só mais uns três ou quatro) pensamentos inspirados pelo caso do momento:
- O Ministro Mariano Gago poderia não mandar encerrar a Universidade Independente; mas então não estaria a ser muito independente...
- O Socialismo está para o PS como a Universidade está para a Independente.
- Jorge Coelho afirma que Sócrates revelou a humildade de explicar tudo aos portugueses, com provas e tudo. Nós afirmamos (eu espero e desejo) que a este coelho lhe enfiem, em momentos como este, uma cenoura, quando abrir a boca.
- José Pacheco Pereira disse que a atitude de Sócrates fora um deslumbramento da juventude. Aos 35 ? Então e o rapaz Sócrates não era já secretário de estado ?

Vamos investigar (de forma independente), já voltamos a este assunto.

Rir ou não rir, eis a questão ?

Interessante (porque muito discutível) artigo de João César das Neves (JCN) sobre o humor político:

Mas enquanto não penso muito no assunto (aviso já que o mais provável é concluir mais uma vez que ele não tem razão), aproveito para mandar esta fotografia que alguma alma pérfida pôs para aí a circular...

Oh, desgraça!

Enviaram-me um emalho com o assunto «sem abrigo», com um texto do tipo «tenham pena, eu até nem costumo enviar... blá blá blá...». E depois sai isto. Antes assim. É a diferença entre ter pena dos outros e ter pena de nós. E nós aqui somos altruístas.