Nem sempre paz e amor

«What's Your Man's Fighting Style?», é o que se pergunta num daqueles inquéritos para homens de barba rija que o Yahoo gosta de promover. Assim de repente, penso em Million Dolar Baby. Podem adaptar livremente. Suponho que, também neste departamento, deve haver homens para todos os gostos, desde José Castel Branco até Jackie Chan.

Roliças

Ainda a propósito d’ O Crime do Padre Amaro, não ficaria bem com a minha consciência se não deixasse aqui um reparo deontológico. É que a simpática Soraia Chaves é com toda a certeza uma Ameliazinha muito jeitosa, mas, do ponto de vista da reconstituição histórica, lá se vai o rigor. Estamos no final do século XIX, e as mulheres querem-se fortes e bonitas. Eça diz-nos isso mesmo. Não há que hesitar. Por muito que custe aos adeptos de mulheres-ginásio, Amélia é roliça.

Ideias tortas fazem blogs parvos

A malta dos blogs inteligentes deve ter imenso trabalho a actualizá-los. Só de pensar nisso fico cansado.
Por várias razões que não vêm ao caso (a taxa de inflação, por exemplo), é de toda a vantagem ter um blog parvo, feito por parvos, inteiramente com parvoíces parvas, para pessoas extremamente sensatas.
As ideias para os blogs parvos crescem em todo o lado. Basta que os seus autores vejam as noticias parvas de gente parva que há nos jornais e na televisão, também estes, verdade seja dita, um bocado parvos. Ou fazem-se.
Paulo Portas, por exemplo, é um dos meus candidatos favoritos. Candidato a figurar em blogs parvos, entenda-se. Quando é que este homem deixará o seu teatro parvo para começar a portar-se como gente grande? Ou mesmo como gente pequena, sincera? Espero que nunca, pois isso seria bom para a sociedade civil de um modo geral, mas para todos nós aqui neste blog seria uma grande perda. Para além da perda que significaria para os seus adversários. Sinceramente: é que desde que re-re-regressou à ribalta o CDS-PP já perdeu duas eleições com os piores resultados de sempre para o seu partido. E ameaça continuar, numa atitude imensamente parva, mas que pelos vistos passa despercebida à maior parte dos seus correligionários.

Ei-lo na fotografia, em cima. Terão combinado a inclinação das cabeças, estes dois ?

Insultos

Para os admiradores de Tintin, aqui fica uma lista razoavelmente completa dos insultos do capitão Haddock, a não perder. Hélas, está em Francês (existe também uma versão sueca). Perde-se muito na tradução, é um facto, ainda assim um recurso precioso para viagens aos países francófonos, em caso de extravio das bagagens, conflitos laborais sem solução à vista, e o que mais queiram. Francófonos, traduzam e adaptem isto quanto antes. À atenção da classe política.
Eu próprio tenho um considerável recurso de insultos relativamente desusados, aliás tenho-a usado pouco ultimamente…
Alguns exemplos: biltre, futre, bigorrilha, sacripanta, sevandija, etc…

Supremo autoriza depoimento do cão de Carolina Salgado

Depois da irmã gémea, do pai e dum bisavô desaparecido há mais de trinta anos, chegou a vez de Penny, o fox-terrier da ex-companheira de Pinto da Costa, ser chamado a depor. O Supremo Tribunal de Justiça autorizou o depoimento depois de ter a confirmação da PJ quanto à presença de um aparelho capaz de traduzir do canino.

Variações sobre Eça

O Crime do Padre Amaro

Amélia saltou da cama, correu à janela em camisa, ergueu uma pontinha da cortina de cassa, olhou. A manhã resplandecia: e o padre Amaro pelo meio da rua conversando com o cónego, assoava-se ao seu lenço branco, muito amoroso na sua batina de pano fino.

O Claro Parde Amino

Amélia saltou da janela em camisa, correu à cama, ergueu uma pontinha no padre Amaro, olhou. A manhã resplandecia: e Amaro, o pároco, pelo meio dela, conversando com a rua, assuava-se ao cónego branco, muito amoroso sem a sua batina de pano fino.

O Maro do Clarc Asino

Amélia saltou para a cama e o padre Amaro para cima dela. A pontinha resplandecia: Amaro assoou-se em Amélia, vieram para a rua comer o cónego sem batinas.

A piada do Sr. Sócrates ...ou uma piada chamada Sócrates.?

Por: Tiago Pereira da Silva

Pois bem, caros leitores deste já conhecido blog, voltei de uma prolongada ausência. Não que não me tenha apetecido escrever. Não que não tenha andado com ideias fabulosas a germinar e a apodrecer, nesta cabecinha. Bom, mas acontece que esta demorada ausência conjuntural deve-se precisamente ao que estão a pensar. O meu irmão mais velho, o andróide co-autor deste blog, manteve-me estes meses todos amarrado a uma cadeira, à frente do computador, para não poder superá-lo no número de posts, por minuto... mas enfim, coisas de irmãos.

Este meu regresso deve-se, se por mais nenhuma razão, pelo menos por esta que passarei agora a citar. Ontem concluiu-se mais uma "entusiasmadíssima" eleição em Portugal, mais concretamente, a desta cidade a que de vez em quando, recorrendo ao livro de memórias, lembramo-nos de chamar Lismá, aliás...upppssss... Lisboa. Peço desculpa!
Por conseguinte, foi a primeira vez, em muitos meses, que José Sócrates faz uma aparição em público sem ser vaiado. Também, era só o que mais faltava... ser assobiado pelos seus camaradas. Ora é exactamente aqui que pretendo chegar; a dada altura do seu discurso, num patético carro (ou tri-eléctrico), o nosso "queridissímo" primeiro ministro dirige-se ao seu colega António Costa como "Camarada", bem como aos portugueses. Bom, passo a citar a definição do dicionário, para tirarmos algumas pequenas dúvidas.

Camarada - Companheiro de Quarto, pessoa com quem a outra convive, condiscípulo; colega; cada um dos índividuos que exercem a mesma profissão, etc.

É óbvio que não vou começar com aquelas brincadeiras parvas, sugerindo isto e aquilo da vida sexual do nosso primeiro ministro...Por acaso até gostava de saber, quem é o companheiro de quarto de Sócrates.. Epá! o que estou para aqui a dizer? Da forma como as coisas andam, ainda vou para um tarrafal qualquer...
É que desculpem insistir neste ponto, não estou a ver outra justificação para o recurso de Sócrates à palavra "Camarada", sobejamente reconhecida como cartilha politico-poética de companheiros de esquerda e de revolução.

Diz que em 19... e antigamente... havia um tal de PS - Partido Socialista. Já alguém sugeriu a mudança de nome, como fez por exemplo o PP - Partido "Portas" Popular. Posso deixar uma sugestão: PSD - Partido Social Derrocada... ahaa.. pois, esta sigla já existe e daria, novamente, aso a confusão, por parte de Fernando Negrão, ainda mais agora, que vai converter-se ao "laranjismo". Perdão!

As culpadas são ainda e sempre as mulheres, ou As razões pelas quais isto não anda para a frente

Há certas e determinadas razões pelas quais certas e determinadas práticas não poderão nunca ser permitidas em certos e determinados países. Tal como esta, que jamais poderá ser aplicada nas estradas de Portugal.

Mesmo com os que apenas passam e olham o resultado costuma ser pouco feliz...

Agora a serio - Showbiz

Agora a sério

Produções e palhaçadas
© Maio de 2007

Sketch 4, 221 (showbiz)

Personagens e intérpretes:

Francisco
Teresa

(é capaz de se arranjar um gato)

Francisco (tentando tocar guitarra com os pés, acompanhando-se a cantar Knockin’ on heaven’s door; o que se ouve é de arrepiar os cabelos) – ...knock, knock, knock on the head of stone… (farta-se, pega na guitarra e toca de forma convencional; o som é um bocadinho melhor, mas não muito) …mother, take this badge over me, i can’t use it anymore… it’s getting dark, too dark to see… (para por um momento) É pá, de repente deu-me uma vontade estúpida de beber uma cerveja…

Teresa (visivelmente incomodada) – ó amor, prometeste que só tocavas com os pés! É muito mais giro!

Francisco – as palavras «liberdade artística» para ti não passam de um som desconhecido, não é?

Teresa – se queres beber cerveja, o melhor é continuares a tentar tocar com os pés, sempre nos dão alguma coisa no metro, especialmente para que tu te cales…

Francisco – (recomeça a tocar; ouve-se ao fundo a gata Rute Marlene miar, um pouco desconsoladamente) – ao menos tu entendes-me, Rute…

Depois dos casamentos e baptizados, as touradas

Lembram-se das medidas anunciadas há não muito tempo pelo governo, prevendo o aluguer das escolas para a celebração de casamentos e baptizados? Parece que a moda pegou…

Imagine um touro a correr desenfreado atrás de alunos, professores, contínuos – ó sôra contina, tem que perder uns quilinhos, o touro quase que lh’acertava com um corno no rabo! - Não é fácil, pois não? Não se preocupe por não conseguir, em princípio não é isso que vai acontecer.
Vai haver, outrossim (gosto imenso desta palavra), touros, toureiros e touradas nas escolas de todo país, disponíveis já a partir do próximo ano lectivo nas lojas do Ministério da Educação, à Av. 5 de Outubro.

Agora a sério, o que acontece é que estes espaços – as escolas – vão passar a ser aproveitados no pleno das suas potencialidades; deixarão se ser apenas os jogos (andebol, basquetebol, voleibol - jogados com a mão, sabemos desde Paulo Bento) a ocupar estas infra-estruturas que tão grande balúrdio custam cada ano aos cofres do estado, sem nenhum outro benefício que se veja, excepto o de cansar os alunos e distraí-los das actividades que verdadeiramente merecem a sua concentração, e.g., bater nos professores.
Já a partir de data incerta os adeptos da tauromaquia poderão acorrer às escolas para assistir a este acontecimento cultural em que o homem, cavalo e touro, em comunhão, dão o melhor do seu génio pela cultura e pela arte.
Dentro em breve, a escola abrirá as suas portas – ao mesmo tempo que abrem as comportas por onde entram os touros para a arena – a outras formas de cultura. Para português ver.

O maior burgesso português de sempre

Ao ler a crónica semanal de Ricardo Araújo Pereira (RAP), lembrei-me de quando ele, com a assertividade que se lhe reconhece, se mostrou indignado perante a eleição de Salazar como o maior português de sempre. Tem boas razões para isso, pois com um Salazar no poder não teríamos sequer uma ideia de Gato Fedorento.

E não há, dizemos nós, razões para sonhar com outras censuras que ocorreriam com toda a probabilidade: João Baião (obsceno), Teresa Guilherme (que desassossego para as boas famílias), ou Manuel Luís Goucha (bigode).

Mais Internet nas escolas

Levar a Internet às escolas de todo o país tem-se revelado uma empresa difícil. No interior, vários pais se têm queixado que a exposição das crianças a vírus desconhecidos é potencialmente muito perigosa.

Secção d’os clássicos

O aforismo de hoje é: risus abundat in ore stultorum, o riso abunda na boca dos estultos, ou estúpidos (mesma raiz). Vem mesmo a propósito: quase todos os que escrevem neste blog pretensamente humorístico são estultos ou para lá caminham. Mas eu argumento em sua defesa: mais vale um pateta alegre do que dois a chorar.

na fotografia: o grande Eric Idle no sketch da piada mortífera

Sondagens valem o que valem?

Daniel Proença de Carvalho (DPC) encomendou recentemente uma sondagem para averiguar da sua popularidade. Nós fizemos o mesmo e chegámos a conclusões bem interessantes: a maioria (80%) dos inquiridos não tem dúvidas em associar imediatamente o retrato do advogado à imagem de belzebu, enquanto que uns significativos 15 % afirmam que DPC lhes faz lembrar um gangster à boa maneira de Hollywood.