terça-feira, 4 de setembro de 2007

Boa ideia, RAP!

Por: Tiago Pereira da Silva

É engraçado que nas poucas entrevistas que Ricardo Araújo Pereira (o famoso RAP) deu para a TV, entusiasmou-me bastante saber, e é um aspecto transversal a todas que vi, que os Gatos recorrem muito à observação do quotidiano português, o comportamento de diversas pessoas em sítios públicos (Rua, Centros Comerciais, Estádios de Futebol, etc.), como fonte de inspiração para a construção humorística de determinados sketchs.

Se pensarmos quatro vezes, faz todo o sentido… ou buarquicamente falando, palavra que acabei de inventar, que portanto não existe, agindo duas vezes antes de pensar. Não precisamos ser exímios observadores, para encontrar aqui e acolá, momentos verdadeiramente cómicos nas situações mais banais do nosso cotidiano. Apeteceu-me recorrer à minha variedade dialectal do Brasil. Mas ia eu onde…? A lado nenhum…
Existem, em diversas ocasiões, as condições necessárias para submeter determinadas “pessoas-alvo” ao indisfarçável olhar da comédia. Agora, é claro que é preciso muita atenção para não nos tornarmos nós num “alvo” fácil dos sapatos dessas pessoas, bem como pedras da calçada, pastilhas e todas essas coisas que poderão ser extremamente desagradáveis.

Posso dizer que neste último mês e 14 dias (não me apeteceu dizer mês e ½), fui um felizardo, consegui testemunhar inúmeras situações absolutamente fundamentais para aumentar a minha já muito desenvolvida inteligência emocional (IE para os amigos). Bom lá estou eu com estas cenas… se calhar não foram inúmeras, mas para aí uma ou duas. Então passo a citar,
1ª Situação: imaginem-se com os Head-phones nos ouvidos, no meio de uma fila de autocarro qualquer. A páginas tantas, a conversa de duas senhoras começa a impedir a audição do meu Emanuel ou qualquer outra coisa de qualidade (tipo Michael Carreira), a vaguear pelo meu MP3, tal não é o volume a que elas recorreram. Eis senão quando, oiço da voz de uma das delas, com uma certeza cartesiana, a seguinte afirmação: “Epá ouve lá! Estamos quase na época da gripe das aves”. Ao que a outra responde: “Pois é, ainda não tinha pensado nisso, vamos lá ver como as coisas correm este ano!”. É quando a outra remata, com um certo brilhantismo, devo reconhecer: - “Epá o planeta está todo avariado… é só gripes disto e daquilo, e depois há essa coisa da GRIPE DAS AVIÁTICAS”. Bom, minha senhora, vamos lá ver se nos entendemos. Não sei se queria dizer Gripe das Aves, ou Gripes Asiáticas, ou até mesmo, Aviárias de Aviário, ou se descobriu uma estirpe nova tipo H5N16 parvoíces.

2ª Situação: Vinha eu do Colombo, depois de assistir ao pior filme do mundo… Disse Colombo? Exacto…bom, don´t ask! Quando paro o carro no semáforo em plena estrada da luz, com a feira do relógio do meu lado esquerdo, logo no sentido de Sete-rios. Apesar de ter resistido, por uns longos dois ou três segundos, não aguentei mais e tive que abrir o vidro do lugar do morto, para ver e ouvir a tamanha energia (ou antes berraria) do carro que estava estacionado mesmo do meu lado direito. Foi então que tive um encontro imediato de primeiro grau… um casal a discutir e ouvia-se, e bem, a rapariga ao volante dizer: “Epá ó Jorge eu ainda não acredito que viemos à Feira e não comemos uma fartura”

Atenção meninos, posso assegurar-vos que isto não é comédia e também não tem piada nenhuma. Pois a discussão estava acesa e parecia capaz de vencer a relação. Isto é, a seguir a algumas frases de algumas letras do José Cid, parafraseando os Gatos, o comentário mais estúpido do universo. Disse.

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