
Parti da RTP, que transmitia o País Regiões e encalhei na TVI, dando com uma das suas novelas fantásticas, do género Deixa-me Amar e Não Fujas, etc. O que de repente vi foi cerca de uma dezena de raparigas enfiadas numa casa-de-banho dum liceu, sendo que nove destas não tinham lá ido para fazer nada, mas apenas para acompanhar a necessitada. Isto é verosímil, claro, até aqui tudo (mais ou menos) bem. Ora duas dessas raparigas estavam de pé, mas muito curvadas, de modo a expor a farta cabeleira perante as outras, cuja tarefa era procurar piolhos e lêndeas suspeitos. Ainda não estamos perante nada de impossível, a não ser no momento em que, perante a descoberta real de insectos daquelas duas espécies, todas as outras raparigas se raspam rapidamente aos gritos estridentes de «é super nojento, sei lá», «ai que coisa mais horrível», etc.
À procura de algo menos hilariante, desci à SIC e então… Então é melhor contar apenas o que se estava a passar. Uma rapariga muito chorosa (sim, a Floribella, com dois ‘L’), falava num tom escatológico com uma suposta mãe que não estava presente (algo como ‘minha mãe porque me abandonasteS’), porque quando estava presente ela sabia sempre o que fazer e agora já nem as suas sapatilhas da sorte (sic) lhe mostravam o caminho. E então continuava a falar com a mãe (na verdade, era uma planta, ou uma mãe transformada em planta, ou vice-versa, ou qualquer outra coisa), a chorar tristemente, até que o céu se iluminou, raios divinos abriram as nuvens e eu mudei de canal. Deixem-me estar sossegado!
Eu que costumo dizer que a realidade supera sempre a ficção sinto-me tentado a dizer antes «a realidade supera a ficção, a não ser que seja a da SIC, da TVI, ou da RTP».
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