quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Será a língua portuguesa assim tão traiçoeira?

Há situações em que a língua portuguesa é muito traiçoeira. No fundo, não é bem a língua. Eu diria que é mais a cabeça…
Vejam como há tanta gente que gostaria de poder evitar estas situações. A essas pessoas resta-me dizer, em jeito de consolo, que talvez a Paula Bobone ainda venha a escrever um «livro» sobre isso. Enfim, um evitável desperdício de celulose. Vamos sem demora ao 1º exemplo:
(No café, a cliente pede ao empregado um copo de leite )
- «Desculpe, o senhor tem Vigor?»
- «Lamento, minha senhora, mas hoje não…

2º Exemplo:

A dita senhora (está mesmo a pedi-las) pede um croissant com chocolate, para acompanhar o leite Ucal; o empregado serve-lhe um croissant com uma barra de chocolate lá dentro.

- Não se importa de me aquecer?
(o empregado, solícito) - Com certeza…

Para finalizar, e porque esta espécie de piadas assim a dar para o «lácteo» me lembra uma cena que testemunhei há muitos anos: uma rapariga corria desenfreadamente para apanhar o autocarro. Esvoaçavam cabelos, os braços agitavam vários sacos com embrulhos. Baloiçava para baixo e para cima o farto peito. Nele se podia ler, estampada na camisola, a publicidade: Batidos Milupa.
Mas isto de dizer que uma língua é traiçoeira é ver as coisas ao contrário. É a mente, jovens. Ou melhor, é a mente jovem. Senão vejam como também a minha e a vossa funcionou nestes casos.