quarta-feira, 27 de junho de 2007

Ainda a propósito de Joe Petardo

Ouvi esta manhã, entre duas estações de metro, chamar toda a espécie de nomes feios a este “ugly man Joe” (houve tempo para ouvir nomes em espanhol). Julgo que pode até ser um saudável exercício de catarse. Em todo o caso, não é isto que me parece tão particularmente, tão doentiamente português. Embora também eu ache que com tanto “botabaixismo” gratuito que por aí há não podemos esperar evoluir.
O que me parece verdadeiramente bizarro e patológico entre nós é uma outra atitude, como ouvi a um fulano que se me dirigiu com a lengalenga costumeira: «aquele tem a mania que é esperto, coitado, não deve ter dinheiro para mandar cantar um cego, tomara ele não sei o quê, e tal e coisa…»
É isto de julgar que fulano ou sicrano é o maior porque conseguiu ter um sucesso excepcional no mundo dos grandes negócios e especulação financeira. Podemos estar a falar do maior burgesso – e agora não falo do aspecto mas do que já ouvi dizer a Berardo em tão curto espaço de tempo desde que lhe dedicam extensos minutos de cada telejornal. Insultos e difamação injustificada, comentários abstrusos sobre o que deve ou não fazer-se sobre isto ou aquilo…
(Já agora, reparem no punho direito cerrado da Senhora Ministra Espantalho... como diz o povo, só se perdem as que caem ao chão.)

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