domingo, 6 de maio de 2007

Dor de alma

Hoje lesionei-me no pulso a jogar futebol. Aparentemente sem gravidade. Mas será? Sem gravidade, quero eu dizer? Procurem entender-me: se alguma vez tivesse tido ares de atleta, diria que não estou na melhor forma física, mas será mais exacto dizer que estou magro como sempre fui, ou como alguém disse, provavelmente um admirador, pareço uma radiografia mal tirada, mas com uma ligeira saliência na região abdominal que as más línguas insistem em chamar barriga de cerveja.
Só posso jogar à baliza, sob pena de ser mais um caso de morte súbita em campo. Nem subir escadas, quanto mais jogar avançado. Falho na defesa dos remates que não vão mais ou menos à figura, e também daqueles que pensava que não iriam à figura, acabando por me desviar de bolas fáceis. Como é a brincar, perdoam-me quase tudo. A não ser quando agarro a bola na sequência de um atraso, ou mesmo a deixo entrar. Acontece aos melhores.
Bom, hoje, como já perceberam, dói-me o orgulho, como ouvi dizer a um personagem do grande Quino. Lesionei-me por não ter sabido defender um petardo disparado a uns bons vinte metros da baliza (é muito num campo de futsal). A bola torceu-me o pulso, a malandra. E o jogador adversário, em vez de compreender que eu ainda não jogo muito bem, como certamente virei a jogar (aos 34 há grande margem de progressão), rematou com muita força, é pá com força também eu…
É uma pena, porque, como todos os homens sabem, um pulso flexível e um punho em boa forma fazem muita falta para uma série de actividades de lazer. O jogador que rematou aquela bola devia saber isso e a própria bola também. Estão a pensar em coisas lascivas, não é? Fiquem sabendo que é saudável e nunca nos devemos arrepender. Vou directo ao assunto, parafraseando outro monstro da comédia, Woody Allen: «there’s nothing wrong about it, it’s having sexual intercourse with someone i like».

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