[Aviso: se tens mais de 18 anos podes continuar; mas se és a Maria Teresa Horta, keep cool baby!]Quando a rapariga entrou na garagem, o sol recortava-lhe a esbelta silhueta, felina e sensual. Trazia uma curta saia de ganga e uma blusa aberta, livre como os lisos cabelos negros, como toda a sua aparência. Os mecânicos repararam nela, interrompendo por demorados e embaraçosos segundos a operação de ressuscitar os automóveis em repouso. Todos com idêntica falta de discrição.
Enquanto aguardava, reparou em dois deles dentro de um guiché, fazendo as mais diversas poses e caretas, simulando ter relações com ela, ignorando deliberadamente o facto de ela os ver tão bem como eles a viam, através do vidro.
Impaciente, dirigiu-se ao mecânico mais próximo. Por detrás dele, um grande calendário com uma mulher nua, de exagerados atributos, submissa, impudente, ofensiva.
«Precisava que me mudassem o óleo», atirou, completando a humilhação.
1 comentário:
O mecânico, de fato de macaco aberto e olhar de predador, responde "É p'ra já!".
Cumprida a tarefa, mais demoradamente do que o costume e depois de muitos olhares, chega a altura da cobrança.
"São 10 euros".
"Ah!", exclama a rapariga, "Só tenho assim... Tem troco?" e estende uma nota de 100 euros.
"Troco e muito mais!" responde o mecânico com malícia. Aceite a nota dá em troca 90 euros. "O que mais posso fazer consi...perdão, pela menina?".
"Por agora mais nada, noutra altura quem sabe..." e pisca-lhe o olho, afastando-se perante os olhares gulosos dos outros homens. Sucedem-se cumprimentos ao sortudo, que retribui dizendo "Sabem como eu sou. Nunca falha! Fazia-lhe o tratamento completo! Faço quando ela voltar, podem ter certeza." e estende a nota ao proprietário que está na caixa.
"Ah! Otário!", exclama o chefe, "a nota é falsa!". Sai disparado da garagem e vê, com amargura, a rapariga afastando-se no seu belo carro com um aceno breve.
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