
Não são muito conhecidas as posições da Igreja sobre a vida noutros planetas. Muitos católicos compreendem, todavia, que se Deus é omnipresente, omnisciente e omnipotente, é natural que se preocupe pouco com este planeta em particular, o que explicaria o enorme regabofe em que nos meteu.
Parece que a Terra se formou a partir da agregação de poeira cósmica em rotação. Por isso se diz “do pó viemos, e ao pó voltamos”, em checo “ashes to ashes, dust to dust”. Não é muito animador, mas é mesmo assim.
De facto, de Isabel II até à Cinha Jardim, passando pelas minhas vizinhas do 5º Esq., todos havemos de ser pasto para os bichos da terra. Esta é uma ideia que me agrada particularmente. Por causa dela raramente estou deprimido. Podem dizer-me: tiraste um curso de História que nunca te levará a lado nenhum, o teu partido não ganhou as eleições, nunca irás ao Big Brother dos Famosos, o teu blog nunca tem visitantes. Não importa. Um dia todas estas vozes se calarão para sempre e estas mesmas gargantas maledicentes e verborreicas ficarão frias, cinzentas, putrefactas e nelas passearão baratas ainda não classificadas pela ciência.
[A Terra no Sistema Solar – não vale a pena iludirmo-nos, de grandes não temos mesmo nada. Na imagem, lado a lado com Neptuno, cujos habitantes nunca se bronzeiam nem aparecem na revista Caras]
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