quinta-feira, 10 de maio de 2007

Mitos da criação, ou No Principio isto estava tudo cheio de pó

Começamos hoje a publicar uma série de palestras sobre a origem e sentido da nossa existência na Terra. Devemos a Douglas Adams (1952-2001) e aos Monty Python a inspiração. As teorias, opiniões e outras tretas aqui expostas são da nossa exclusiva responsabilidade.

Provavelmente desde que o homem levantou do chão os membros superiores para coçar as costas mais à vontade que se interroga sobre o que andamos todos a fazer por cá, quando é que tudo isto começou, se há um fim e, nesse caso, se valerá a pena preocuparmo-nos com os prémios do seguro do carro. Talvez mesmo antes. Se observarem com atenção criaturas parecidas com os nossos ancestrais, como os saguins ou os bonobos, que são aqueles macacos que, como o homem, só pensam em sexo, podem vê-los muitas vezes com cara de caso. Lá no fundo, eles desconfiam de que há muita coisa que nós não sabemos.
O que vos propomos nos próximos dias é uma viagem pela História, com letra grande, por ser da disciplina que falamos, que uns dizem ser uma ciência, outros uma efabulação e a maioria das pessoas, nada com que valha a pena preocuparmo-nos. Não vamos discutir isso neste momento (há até quem diga que a História são mentiras acerca de factos que nunca ocorreram contados por pessoas que ainda não haviam nascido).

Não nos sentiríamos bem com a nossa consciência se vos omitíssemos a divergência que há, para não falarmos senão desta, entre aqueles que acreditam na ciência, (embora nem todas sejam como a matemática, que nos permite dizer algo tão indiscutível como ‘todos os números primos pertencem à mesma família’) e os que acreditam piamente no que vem na Bíblia desta semana. Mas sempre vos asseguramos que a segunda via é muito, mas muito mais fácil. Basta consultar aquela que ainda hoje é a mais influente de todas as obras literárias logo a seguir às Páginas Amarelas e descobrimos logo o que aconteceu a quem, quando, e o que vai acontecer, com a mesma precisão da revista Maria relativamente às telenovelas. Essa é uma das vantagens de ser uma religião do livro. Uma religião do livro é aquela cujos fiéis precisam de um livro para nunca se esquecerem dos fundamentos da sua fé. Uma religião revelada é aquela em que alguém já sabia tudo e se dispôs a contar aos outros.

O Big Bang

Todas as teorias que procuram explicar a origem do universo, ou o princípio dos tempos, têm em comum esta estranha obsessão do homem que insiste em afirmar que tudo teve um princípio. De facto, se experimentarem imaginar que não tem, vão ver que tudo se torna mais difícil. Quando o homem tem espaços vazios, preenche-os. Com o tempo é a mesma coisa. Ninguém se dispõe a pensar na eternidade se não for para fazer alguma coisa com ela.
O Big Bang foi, como o nome indica, uma explosão ao estilo dos filmes de Hollywood. Se tivesse sido provocada, teria custado 10 vezes mais massa que o filme Titanic. Terá ocorrido há cerca de 13 biliões de anos, mais milhão menos milhão. Só para chatear a Igreja, homens notabilíssimos como Georges Lemaître (1894-1966), que era padre, deram um empurrãozinho a esta teoria.
Não há como negar que isto é, em termos científicos, muita areia para as nossas camionetas. É muito difícil entender o que dizem os cientistas a este respeito, porque eles nunca estão de acordo, para alem de estarem constantemente a mudar de opinião.

Para a semana:

O nascimento do planeta Terra

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