quarta-feira, 2 de maio de 2007

Pesadelo cor-de-burro-quando-foge

Que pesadelo horrível me havia de sair hoje à noite na rifa! Livra! Imaginem um mundo dominado de tal forma pela Internet, que apenas uma em cada 50 pessoas lê os raríssimos jornais, em que de resto já ninguém se lembra de investir.
Parece que vos ouço: “bom, meu jovem, pode dizer-se que já faltou mais…”. “Ó meu amigo e a bem dizer, por mim era já hoje…”. “Jornais, qu’ é q’ vem a ser isso?
É pá, deixem-me continuar. Imaginem que escrever para esses jornais era, não uma tarefa intelectual exigente (a pressão dos prazos, a procura da originalidade, nós que o digamos, sempre à procura daquele artigo de opinião que nos desperta para determinadas realidades, cheio de potencial cómico), mas algo que as autoridades entregassem ao mais mal pago trabalhador precário, o tipo de trabalho que as empresas de subempreitada deixassem para o mais infeliz imigrante à procura da sobrevivência.
Admitam-no, é bem mais difícil, ou não? “É pá, mas quem é que havia de se lembrar duma cena tão rebuscada?
Não interessa. Contra sonhos não há argumentos. A verdade é que me imaginei, num futuro não muito distante, sentado num donut de jardim, a ler um desses jornais, com um papel de péssima qualidade, sem resistência nenhuma, rasgando-se à menor brisa, enchendo-me as mãos e a roupa de uma tinta miserável. Leio e reviro os olhos ao passar das atrozes noticias : “Infidelidade maxculina : não se preokupe, nóz temus a sulussão

[imagem: cortesia à força de http://www.towersystems.com.au/fhn_blog/archives/image.jpg]

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